- Isso é covardia. – Disse um homem de boné e blusão de couro marrom, ao encontrar o corpo de um jovem em um terreno baldio. Alaor estava ali por acaso, fazendo o que não devia, descartando entulho em local inapropriado e cometendo um crime sério, mas o que ele acaba de presenciar é muito mais grave, é hediondo. Nem havia clareado o dia, e Alaor saiu de casa sem fazer barulho. Não queria acordar a esposa e tão pouco chamar a atenção da vizinhança. Foi até a garagem, e de lá tirou uns sacos cheios de sobras de construção, restos de tijolos quebrados a marretadas, reboco velho, todos vindo do seu lar. A reforma tinha tido inicio a pouco menos de uma semana. Dois homens dividiam a tarefa, um era pedreiro; um homem de aspecto estranho, barba grande, magro, e de cigarro enfiado entre os dedos. Já o ajudante era gordo e desajeitado, vivia perguntando se o almoço estava pronto, era um morto de fome. Alaor colocou os sacos em cima de uma velha carriola e saiu lentamente pela rua. Foi rez
Um blog de contos