Existem coisas que ficam martelando na cabeça da gente de um jeito chato pra caramba. Trabalho em uma empresa de grande porte; sou bem pago, muito bem sucedido e sou casado, sim, casei-me faz muitos anos, com outro cara, exato, sou gay e daí? A sociedade ou parte dela não nos aceita. Para muitos não passamos de abortos da natureza, ou conforme uns adoram dizer, aberrações. Mas eu tô pouco ligando, ando de cabeça erguida e de mãos dadas com o homem que eu amo e escolhi para viver comigo até os últimos dias da minha vida. É estranho sentir-se estranho, é bizarro sentir-se diferente. E tem mais, é inexplicável se olhar no espelho e não querer admitir algo tão nítido para muitos, se é que estão me entendendo. Como eu contei para os meus pais? Na verdade eu não contei; não em principio. Primeiro procurei uma amiga. Pelo telefone inventei uma história qualquer e marcamos de nos encontrar. Estava uma tarde ensolarada e escolhemos um parque no centro da cidade. Esperei-a sentado num da
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