CRÉDITO: freepik Ela despertou do pior de seus últimos pesadelos. A camisola estava molhada de suor e sua respiração era agitada. Parecia que um ataque cardíaco lhe tiraria a vida naquele instante. Sentou-se na beirada da cama, na esperança de que tudo melhorasse e o sono pudesse voltar. Lembrou-se do pai que abusava dela, da mãe que sabia, mas que por medo das agressões do marido, não denunciava à polícia. Era madrugada. Uma brisa leve entrava pelas frestas da janela e um arrepio na espinha fez Elisa se contrair. Estava assustada. O medo de sair do quarto era tão grande, que ela resolveu continuar ali mesmo, ao lado de suas coisas, suas bonecas, suas pelúcias, seu desespero. A porta começou a bater. Era o vento, mas poderia ser a mão de seu pai, tentando derrubar tudo só para lhe maltratar. Seu olhar era de um azul medonho, a cor da morte, a cor da fúria, a cor de quem quer se ver livre, ser livre, se libertar. Elisa saiu da cama, de dentro da gaveta do guarda roupa tirou um len
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