Crédito: diariodepernambuco.com.br Ouço os sinos de a igreja bater e os pelos do meu corpo se arrepiarem. Como eu odeio passar na frente desse lugar e lembrar as coisas terríveis acontecidas comigo. Não sou um jovem. Sou um homem com certa experiência, com mulher e dois filhos, mas existem certas coisas que precisam ficar guardadas com a gente. Nasci no interior da cidade, em um município de um pouco mais de seis mil habitantes. Um lugar escondido do resto do planeta, onde luz elétrica e água encanada eram artigos de luxo e privilégio de uma dezena de notáveis, resumindo, os ricos. Cresci dentro de uma família pobre. Meu pai era pedreiro e minha mãe ficava cuidando da casa e dos sete filhos, três homens e quatro mulheres; eu fui o quarto a nascer. Na vila havia uma igreja, pequena e de aspecto estranho. Desde o começo eu não gostava muito de ir até lá, mas era inevitável. Aos domingos minha mãe vestia a gente com a melhor roupa disponível; a minha era uma calça de algodão e u
Um blog de contos