Em um domingo, há vinte e três anos eu começava meu ritual. Era dia de corrida da Fórmula 1 e como de costume eu também iria correr, claro na minha imaginação de menino. Sentado no tapete da sala eu montava meu carro, uma almofada servia como encosto das costas, outros três travesseiros eram as laterais e o bico do automóvel, o volante era de ferro, sim, um volante de um carro de brinquedo, o capacete era uma sacola de mercado com furos feitos com os dedos, que eu amarrava na cabeça, aliás, minha mãe não gostava do tal capacete, falava que era perigoso e tal, mas eu era uma criança. Um menino que acordava todos os domingos bem cedo para ver seu super-herói favorito voando nas pistas, acelerando, ultrapassando, vencendo e deixando o meu domingo mais feliz. Aquele final de semana de Fórmula 1 não era um fim de semana qualquer, era diferente. Na sexta o então jovem piloto Rubens Barrichello sofria um grave acidente, no sábado foi à vez de um piloto morrer após forte batida. O clima d
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