Tereza saiu de casa abandonando tudo. Deixando para trás a vida triste e sem perspectivas que tinha. Juntou o pouco que lhe pertencia, roupas, um pente velho e um livro. A faca que usara para matar o pai foi colocada numa espécie de estojo e o mesmo foi colocado dentro da mala com os demais pertences. Passou pela cozinha e deu uma última olhada para o pai. Nestor estava deitado, morto, com as mãos cheias de sangue e o olhar vidrado, Tereza teve a impressão de que o cadáver do pai olhava para ela, mas na verdade, Nestor não olhava para nada. Fechou a porta atrás de si e cerrou os olhos. Por um milésimo de segundos as imagens de Nestor em cima dela vieram à tona. Ele a penetrava freneticamente, num vai e vem tresloucado, Tereza tentava se desvencilhar, dando socos, mas era em vão, ela não tinha forças, estava exausta, morta. Tornou a abrir os olhos e andou. Ao redor dela casas; tão humildes quanto a que ela vivia, feitas de tijolo e barro, sem acabamento, os telhados eram de
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