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Mostrando postagens de 2018

Amor proibido

Esse conto é baseado em fatos reais. Os nomes e locais dos acontecimentos foram modificados para preservar a identidade dos envolvidos. E assim se inicia... Capítulo 1 Esteban deslizou os dedos pelas coxas nuas de Alice e ela se arrepiou. Parecia nervosa e ao mesmo tempo tensa com aquilo. Fechou os olhos e pensou no namorado, noivo, quase marido que estava a milhares de quilômetros de distância. Ela se entregou de corpo e alma a aquele estranho. Deixou que ele tocasse de leve seu seio esquerdo e beijasse seu pescoço, Alice estava completamente envolvida. Os dois se beijaram, um beijo intenso, um toque tão leve e natural. Os dois estavam se amando, ele gostava dela, ela também gostava dele, mas Alice estava dividida. Depois do sexo Alice se levantou; descalça, quase nua a não ser pelo lençol que cobria seu corpo, caminhou pelo quarto. Esteban dormia, seu rosto era moreno e seus cabelos eram compridos, ela se aproximou dele e o beijou na face. Continuou a andar de um lado par

Lembranças do passado

CRÉDITO: spiritfanction.com E nas memórias que eu tive daquele lugar, lembrei-me do cheiro de urina e fezes, do odor pútrido das privadas sem descarga e do perfume nauseante de jasmim que vinha dos sabonetes. As ruas estavam desertas. A não ser pelos cachorros que por ali perambulavam magros de fome e de sede. Jogados ali sem destino e sem dono. Fui passando casa por casa. Vi a residência dos Silva, recordei-me da Patrícia. Uma moça de cabelos negros e olhos azuis como o oceano, triste pela vida, abandonada pelo marido, um filho da puta escroto. Passei também pela casa da Dona Mariquinha, a maga dos doces. Quantos quindins eu comi, e que saudade do cheiro das cocadas e das empadas feitos pelas mãos dela. Sai da rua onde eu vivera boa parte da minha vida. Um filme passou e as lembranças continuaram a surgir, desde as boas até as piores. Entrei no carro. O cheiro ali de nada parecia com o que senti há pouco. Era o odor do couro dos bancos, do perfume de limpo, bem diferente do

O Governante

Oi, meu nome é João Gualberto, tenho 55 anos, casado e pai de duas lindas meninas, a Alice e a Dora. Há, sou avô de dois meninos, o Lucas e o Caio. Sou político, não por vocação, mas sim por escolha. Batalho na vida pública desde os meus dezoito anos. Para aqueles que pensam que a minha vida é uma maravilha, é porque não conhecem a minha história. Meu pai tinha o mesmo nome que o meu, era um homem amargo e rude, carregava dentro dele uma grande mágoa dos irmãos mais velhos e de algumas pessoas que cruzaram a vida dele enquanto vivo. E esse desgosto fez dele um homem sem sentimentos. Raras foram às vezes em que ele me abraçou e disse que me amava. Coitada da minha mãe, mesmo aos onze anos eu já entendia que a relação entre eles não era nada boa, brigas e discussões intermináveis, pedidos de separação negados por parte dele e ameaças de ir para nunca mais voltar da parte dela. Se eu cresci em um lar cheio de desavenças? Não, lá tinha muito amor. Minha mãe sempre me tratou bem, me d

O inocente.

Não fui eu. Foi com essas palavras que um merdinha me disse ao tentar justificar um crime. O peguei com a mão na massa, ou melhor, o flagrei com as mãos sujas de sangue fresco. A vítima? Uma mulher de trinta anos, cabelos curtos e negros e de olhos vidrados, verdes. A coitada foi morta com dois tiros. Meu acusado falou desde que o encontrei que era inocente, duvidei, as provas eram contundentes. O algemei e o coloquei dentro de minha viatura, levando-o para o distrito aonde eu trabalhava. Interroguei-o, mas ele permaneceu com o mesmo discurso. Segundo ele havia me contado no caminho do local do crime até a delegacia, ele tinha ido a uma festa e bebido além da conta, tonto pela bebida resolveu sair por aí, mas por quê? Quando entrou em uma casa e viu uma mulher morta. Em vez de chamar a polícia, o idiota mexeu no corpo e acabando sujando as mãos. A mim ele não parecia culpado, não tinha cara de assassino e provavelmente não conhecia a vítima, mas era meu dever prendê-lo, já que as prova

O esquartejador

Crédito: aminoapps.com Eu caí em desespero. Vi meus punhos fecharem e a minha garganta secar ao me deparar com aquela cena. Ela estava morta, bem na minha frente. O corpo, caído ao lado da cama, todo ensanguentado, a cabeça espatifada e os braços esticados, igual Jesus Cristo na cruz. Não sabia o que fazer e como fazer. Comecei a caminhar de um lado ao outro daquele cômodo, mas parei de repente, com medo de que algum vizinho do andar de baixo pudesse ouvir aquela orquestra de passos regida por mim. Chamar a polícia não seria uma boa ideia, pois me colocariam como suspeito número um e isso me poria em maus lençóis. Ela estava ali. O corpo envolvido em sangue seco, os dedos dobrados e a camisola rasgada, quem a matou foi cruel e sem escrúpulos. Sentei na beirada da cama e fiquei ali admirando aquele cadáver e pensando em como resolver aquela terrível situação. Fui para a cozinha. Abri as gavetas e as portas dos armários na tentativa de achar algo que pudesse me servir para uma