Pobre coitado. Ele sobreviveu à fome, escapou da miséria
extrema e se tornou exemplo de perseverança. Mudou-se para a cidade grande com
o sonho de melhorar de vida. E mudou. Virou torneiro mecânico, líder sindical e
um dos maiores nomes da nossa política.
Luís Inácio Lula da Silva, brasileiro, nascido na cidade
de Garanhuns em Pernambuco. Dono de umas das melhores retóricas já vistas,
capaz de arrastar multidões, seguidores fiéis de seus ensinamentos, pessoas que
obedecem a cada comando seu como um cachorrinho obedece ao seu dono.
Em um país aonde doutores apenas governavam, um “pobre”
operário, comandante de um dos, para não dizer o maior partido político do
Brasil, se torna presidente e como ele prometeu em campanha, começa a mudar a
vida das pessoas.
Quem não tinha fogão e geladeira passou a ter. Aqueles
que sonhavam com um carro zero quilómetro, finalmente puderam comprar um, e a
tão desejada casa própria se fez realidade para muitos brasileiros.
A mudança tão almejada por todos finalmente estava
ocorrendo. A economia ia muito bem obrigado, o FMI tão utilizado nos dois
mandatos de Fernando Henrique Cardoso parecia ter sido dizimado do mapa pelo
PT. Tudo ia tão bem, mas tão bem, que o grande mandatário da nação colocou sua
Ministra Chefe da Casa Civil para ser sua sucessora, e conseguiu elege-la.
Dilma Rousseff, uma mineira radicada no Rio Grande do Sul
foi à escolhida. Sem os mesmos talentos para a oratória de seu padrinho Lula e
sem o devido preparo para ocupar tal cargo, fez de sua gestão um desastre com resultados
nunca antes vistos. A economia aparentemente sólida nos mandatos
anteriores, aos poucos ia para o ralo.
Os casos de corrupção que aos gradativamente começavam a surgir
na era Lula, eram mais evidentes na gestão Dilma. Começava ali o grande pesadelo
petista. Manifestações pediam o impeachment da presidente, pessoas de todas as
idades e classes sociais começaram a sair às ruas pedindo por menos corrupção e
um fora Dilma/fora PT era gritado a plenos pulmões por gente cansada de tanta
roubalheira.
Apesar de tudo isso, ela conseguiu se reeleger. Mesmo com
um resultado apertado nas urnas, o PT alcançava mais uma vez o
poder. Mal se iniciou o novo mandato, o partido dos trabalhadores se via numa
sinuca de bico. Nomes importantes da legenda e donos de empreiteiras que teriam
contribuído financeiramente para a campanha de reeleição da presidente eram
presos; delações premiadas entregavam peixes graúdos para a isca da Polícia
Federal, a pressão por um impedimento, clamores por uma renúncia da presidente eram ouvidos nos
quatro cantos do Brasil.
Escondido dos noticiários e alegando não saber de
absolutamente nada, Luís Inácio se tornou a figura a ser cassada pela PF em
conjunto com o Ministério público. Um tríplex e um sítio foram à deixa para que
o ex-presidente fosse finalmente levado a depor. Aos 70 anos, ele era conduzido
coercitivamente para prestar esclarecimentos à justiça.
Com todos esses acontecimentos desfavoráveis, Luís Inácio
Lula da Silva, o menino que sobreviveu a fome e o homem que de líder sindical
se transformou em presidente da república, se tornou a persona non grata em um
país tão machucado, tão destruído por tanta corrupção.
De pobre, Lula se tornou rico, mas a pobreza de espirito
ainda vive dentro dele.
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